Ontem fizemos um breve passeio.
Ana corre pra cá e pra lá e de repente furou o dedinho no espinho de uma planta.
Chororô na certa e com o soluço o pai não conseguia entender o que havia acontecido.
O pai deu um grito com ela e pronto, mais chororô.
Quando ela chegou até a mim, chorava muito.
Eu percebi o que havia acontecido, mas o choro era muito sentido, para ser 'só' por conta do dodói no dedo.
Coloquei ela sentada no meu colo e a investigação começou ;)
Até que ela me disse com os olhos cheios de lágrima: O meu pai não entendeu o que aconteceu comigo, não precisava gritar, mas ele gritou comigo e me deixou muito triste.
Ela chorava compulsivamente, um choro sofrido.
Acabou comigo, mas aqui em casa não chamamos a atenção um do outro na frente das crianças. Jamais!
Ela ficou tão sentida que foi para o colo da minha irmã e dormiu.
Depois de um tempo conversei com o pai com aquele jeitinho para deixar claro que não o estava criticando (e não estava mesmo). Ele também sentiu-se movido pelo ocorrido e logo abateu-se.
Chegamos em casa, e da cozinha ouvi a conversa dos dois e chorei, né?
O pai: Filha sabia que eu te amo muito?
Ana: Sabia papai.
O pai: Papai gritou com você mas gostaria de te pedir desculpas.
Ana: Tudo bem papai você não entendeu o que eu estava falando, só isso, né?
O pai: É filha. Me desculpe, eu te amo muito.
Ana: Eu também pai.